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Somos pessoas equilibradas? Do ponto de vista psicológico eu não me arrisco discutir! Mas do ponto de vista físico afirmo que NÃO! Já dizia o querido professor Arnaldo Valentim

Somos pessoas equilibradas?

Somos pessoas equilibradas? Do ponto de vista psicológico eu não me arrisco discutir! Mas do ponto de vista físico afirmo que NÃO! Já dizia o querido professor Arnaldo Valentim que vivemos em constantes desequilíbrios que nos permitem ficar em pé e não cair.

Posso explicar. O mecanismo do equilíbrio está baseado na cooperação entre o sistema vestibular, informações proprioceptivas, táteis e visuais. O equilíbrio não apenas depende da integridade destes sistemas, mas também da integração sensorial dentro do sistema nervoso central para fornecer uma resposta muscular e articular que se adapte rapidamente a alterações. Complicou?

O equilíbrio estático do corpo humano parado na posição ereta, na verdade, não existe. Em qualquer momento no tempo, pequenos movimentos corporais são executados para manter a postura em pé.  Por exemplo, se colocarmos um cabo de vassoura em pé, ele certamente cairá, pois não dispõe de mecanismos neuromusculares (que estão sempre em movimento) para manter o equilíbrio. Portanto, é certo dizer que sempre estamos em movimento, mesmo quando pensamos estar parados.

Faça um teste. Coloque sua irmã mais nova parada na sua frente e em pé, com os pés juntos. Coloque nela o par de brincos mais comprido que tiver. Observe os brincos dela. Certamente estarão oscilando. Isto prova que há movimento.

Nós estamos sofrendo constantes desequilíbrios que precisam ser reequilibrados para que a queda não ocorra. Um complexo sistema neuromuscular está a postos para manter a posição ereta basicamente instável. Para que ocorram quedas durante qualquer atividade em qualquer idade, o controle postural deve estar prejudicado em relação a quanto ele é solicitado. Quedas que ocorrem durante atividades rotineiras sugerem maior prejuízo do controle postural.

Quando alguém sofre um AVC (derrame), o sistema do equilíbrio fica desregulado. Alguns não voltam mais a caminhar. Mas, felizmente, a maioria dos sobreviventes de um AVC volta a andar. Porém, fica visível a dificuldade que há no mecanismo de equilíbrio, pela dificuldade que ocorre em efetuar o reequilíbrio constante.

Minha pretensão com este texto é esclarecer aos leitores a complexidade e importância de podermos nos reequilibrar constantemente. Sem este processo, certamente não poderíamos caminhar e desenvolver em sua plenitude as atividades diárias da vida.