O envelhecimento e as adaptações fisiológicas no sistema neuromuscular. Tem sido proposto que a perda da força muscular, da massa muscular e da quantidade de fibras musculares é o resultado de um processo neurodegenerativo que envolve a denervação de unidades motoras e a subseqüente reinervação. Quando acontece a falha na reinervação, as miofibras denervadas podem ser perdidas e substituídas por tecido não contrátil.
Em geral, o declínio na força começa durante a terceira década de vida e acelera durante a sexta e sétima décadas. A perda de tecido muscular é acompanhada por aumento significativo de tecido não contrátil. Esse achado enfatiza a limitação da mensuração do perímetro dos membros como índice clínico da massa muscular. A taxa global de perda de massa muscular é de aproximadamente 8% por década.
A fraqueza muscular pode ser provocada por declínio na capacidade de ativar a massa muscular, por redução na quantidade de tecido muscular ou pelos dois fatores. A menor qualidade na contração muscular do idoso também se deve ao comprometimento dos sistemas de túbulos T e do retículo sarcoplasmático. Estas estruturas são extremamente importantes para a contração muscular, pois é por meio deles que há a transmissão do impulso nervoso que levará a contração muscular.
A sarcopenia ou hipotrofia é provocada por uma diminuição no número de unidades motoras e por uma reinervação incompleta dos músculos denervados, que resultam em declínio no número e tamanho das fibras musculares.
O idoso também apresenta alteração nos tipos de fibras musculares. Com a senescência, as fibras de contração rápida ou do tipo II vão diminuindo em número e volume e as fibras de contração lenta ou do tipo I também diminuem, mas em menor proporção que as primeiras.
O componente funcional básico do sistema neuromuscular humano é a unidade motora. Estudos histológicos em seres humanos mostraram que o envelhecimento está associado a um número reduzido de neurônios motores do corno anterior, a um declínio no número de fibras nervosas nas raízes ventral e dorsal em diferentes níveis da medula espinhal e a degeneração axônica nos nervos periféricos. Esta última, juntamente com a desmielinização segmentar, pode contribuir para a redução na velocidade da condução nervosa motora observada com a idade avançada. Estudos eletrofisiológicos mostraram que o número de unidades motoras diminuem com a idade e que o tamanho das unidades restantes aumenta.
Alterações nos parâmetros contráteis de unidades motoras isoladas foram medidas nos músculos da mão e pé humanos. As unidades motoras nos indivíduos idosos são caracterizadas pelo tempo de contração prolongado, tempo médio de relaxamento prolongado e maior potencial de ação, o que é compatível com seus tamanhos maiores. Estas alterações no comportamento contrátil de unidades motoras isoladas correlaciona-se bem com os estudos do comportamento contrátil da musculatura total no idoso.
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