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Envelhecendo com Dependências. Estudos americanos indicam que 13% dos idosos entre 65 e 69 anos necessitam de algum auxílio nas atividades de vida diária (AVD)

Envelhecendo com Dependências

Envelhecendo com Dependências. Estudos americanos indicam que 13% dos idosos entre 65 e 69 anos necessitam de algum auxílio nas atividades de vida diária (AVD); este percentual se eleva para 55% na população acima dos 85 anos. Algumas pesquisas, consideram como atividades de vida diária – preparar refeições, fazer limpeza da casa, tomar remédios, pentear cabelos, andar no plano, comer, tomar banho, vestir-se, deitar/levantar da cama, ir ao banheiro em tempo, cortar as unhas dos pés, subir um lance de escada, ir a um lugar necessitando de condução, ir andando a um lugar perto de casa – e identificaram que quase 20% da população estudada precisa de alguma ajuda para realizar pelo menos 4 atividades, e 7% não realiza sem ajuda pelo menos 7 delas.

Muito se ouve falar sobre longevidade, sobre “dicas” de como envelhecer com saúde. Mas e aqueles que são velhos e dependentes? È possível viver com qualidade de vida? É possível prevenir fragilidades e aumentar a independência? Precisamos de qualificação na rede de assistência ao idoso, principalmente, para os familiares, cuidadores e profissionais de saúde. Estou restringindo o assunto no âmbito da saúde, mas poderíamos falar de políticas públicas, de planejamento urbano entre outros.

O cuidador enfrenta, diariamente, uma grande diversidade de tarefas, as quais são definidas pela doença e incapacidade funcional do idoso. Portanto, a orientação sobre as diversas doenças que acometem o idoso e sobre aspectos de cuidado são essenciais para o cuidador desempenhar atividades qualificadas. Por exemplo, como podemos auxiliar o idoso que depende para levantar-se da cadeira? Pegamos pelo pulso ou braço e o puxamos, ou, apoiamos nossas mãos por trás dos ombros, firmamos nossos joelhos contra os dele e então o assistimos na tarefa de levantar. Na primeira alternativa, estamos sujeitos, pelo menos, a quatro problemas: lesionar a pele do braço ao puxa-lo, devido à pele sensível de alguns idosos; lesionar o pulso, ombro e coluna com o puxão; puxa-lo direto para o chão, pois não estabilizamos seus joelho; não permitir ao idoso a participação na tarefa de levantar, induzindo a uma maior dependência. Portanto, a alternativa correta é a segunda, na qual, oferecemos suporte adequado reduzindo o risco de lesão e possibilitando a participação na função. Inúmeros exemplos poderiam ser citados, como a melhor forma de facilitar a marcha, sobre o posicionamento adequado no leito ou na poltrona, como transferir com segurança a pessoa de um local para outro, entre outros. Existem técnicas e métodos específicos, que devem ser compreendidos por aqueles com a importante tarefa de cuidar, não podendo ser feito de qualquer jeito, sob pena de prejudicar o idoso dependente.

Outra questão importante e que induz à dependência é querer fazer tudo pelo geronte. Geralmente, os cuidadores na tentativa de ajudar ou de terminar mais rápido o serviço apropriam-se das funções que poderiam ser executadas pela própria pessoa. Um exemplo, bem comum é dar comida na boca daquele que tem condições de alimentar-se sozinho. Temos que estimular o máximo de função, protelando o agravamento das dependências e aumentando a independência.

O idoso dependente necessita de incentivo para a realização das tarefas do dia-a-dia, necessita de atividades preventivas e de reabilitação que evitem a involução e busquem a melhoria funcional.

Esse texto foi escrito com o intuito de despertar o interesse das pessoas, principalmente, familiares e cuidadores de idosos dependentes sobre esse tema tão importante. Falar sobre idosos saudáveis e sobre como envelhecer bem é essencial, mas não esqueçamos de elucidar as questões de nossos gerontes dependentes, os quais merecem excelentes cuidados e melhor qualidade de vida.

OBS: diversas pesquisas identificam o familiar (principalmente a mulher) como a principal fonte de cuidado de idosos dependentes. No entanto, neste texto, quando falo em cuidador, refiro-me a todos aqueles envolvidos com o cuidado, inclusive os profissionais de saúde e Instituições Geriátricas.

Luciano Chaves
Fisioterapeuta – Crefito 63.178-F

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